OMS diz que China pode estar com dificuldades para notificar casos de Covid-19

A China pode estar enfrentando dificuldades ao reportar o total de casos de Covid-19, à medida que o país lida com um substancial aumento nas infecções, conforme afirmou um alto representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira, 21 de agosto. Isso gera inquietações acerca da insuficiência de dados provenientes do país.

As estatísticas oficiais de Covid-19 da China perderam a sua confiabilidade, uma vez que menos testes estão sendo realizados em todo o país, devido à recente flexibilização da rigorosa política de “Covid zero”. Mike Ryan, diretor de emergências da OMS, mencionou: “Na China, os relatos indicam um número relativamente baixo de casos em unidades de terapia intensiva (UTIs), no entanto, com base em observações pessoais, as UTIs estão se enchendo.” Ele acrescentou: “Não desejo afirmar que a China não está compartilhando ativamente a situação atual. Acredito que eles estejam atrasados na compreensão da situação.”

Nesta quarta-feira, longas filas de carros funerários se formaram em frente a um crematório em Pequim. Isto ocorreu apesar de a China não ter reportado nenhuma nova morte causada pela Covid-19 em meio ao crescente surto, suscitando críticas sobre a precisão dos dados. A OMS manifestou disposição para colaborar com a China a fim de aprimorar a coleta de dados sobre fatores críticos, como hospitalizações e óbitos.

Mike Ryan destacou o aumento nas taxas de vacinação no país nas últimas semanas. Contudo, ele expressou incerteza quanto à capacidade de realizar uma imunização suficiente nas próximas semanas, visando mitigar os impactos de uma possível onda da variante Ômicron.

A OMS encoraja a importação de vacinas, mas também enfatiza a necessidade de expandir a capacidade de produção desses imunizantes em diversas localidades. A China tem nove vacinas desenvolvidas internamente contra a Covid-19 aprovadas para uso, um número superior ao de qualquer outro país. Porém, estas vacinas ainda não foram atualizadas para enfrentar a variante altamente contagiosa Ômicron.

Em um acontecimento inédito, a Alemanha enviou à China um primeiro lote de vacinas da BioNTech, que será inicialmente administrado em expatriados alemães. Esta é a primeira entrega de vacina estrangeira contra o coronavírus ao país.